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Açoitado pelo mar e pela aridez do vento, o Pontal da Carrapateira é recortado por falésias abruptas de grande valor geológico. Caminhe e desfrute da beleza deste “geo-monumento”, composto por um variado conjunto de rochas de calcário, xisto e quartzito, o qual conta a história da Terra.
A Geologia é o ramo das ciências naturais que se ocupa do estudo da Terra. As rochas, a água, o ar e todos os seres vivos fazem parte de uma longa e complexa evolução do Planeta, que conta com cerca de quatro mil quinhentos e setenta milhões de anos. É uma história feita de acontecimentos, ora rápidos e de extraordinária violência, como a atividade vulcânica, ora lentos e extremamente calmos, como a erosão.
Como a Terra é um planeta geologicamente activo, as rochas são associações de minerais que se formaram em determinadas condições de pressão e de temperatura e que são continuamente alteradas por diversos fenómenos ambientais, como a acção da água, a acção dos seres vivos ou a acção erosiva da água e do vento. Ao longo do tempo ocorreram um conjunto de processos geológicos que se manifestam numa extraordinária variedade de rochas encontradas na região do sudoeste português. O litoral da Costa Vicentina é essencialmente rochoso, marcado por arribas ou falésias escarpadas sobranceiras ao mar. Estas falésias contam com cerca de 150 milhões de anos, têm pouca cobertura vegetal, e estão muito fraturadas devido aos movimentos das placas tectónicas.
Para melhor se entender a evolução da Terra, foi convencionado dividir a história da Terra numa Escala do Tempo Geológico. Assim, as falésias da Costa Vicentina
correspondem às Eras Paleozóica (entre 540 milhões de anos a 250 milhões de anos atrás) e Mesozóica (Entre 250 a 65 milhões de anos atrás) que abrange os períodos Triásico, Jurássico e Cretácico.
A superfície do Pontal da Carrapateira – que começa no extremo sul da Praia da Bordeira e termina na zona norte da Praia do Amado – é formada por calcários dolomíticos, dolomitos, xisto e margas fossilíferas. A costa alta e rochosa é pontuada por pequenas praias, protegidas por sistemas dunares, ou por arribas mais recuadas. Já as rochas da Praia do Amado são constituídas pelos Arenitos de Silves, que resultam da consolidação de areias, e com largo predomínio de um mineral, o quartzo. Estes arenitos são claramente de origem continental e foram trazidos até ao local por cursos de águas fluviais.
A partir do meio da praia até à extremidade sul começa a aflorar a Era Paleozóica, composta por xisto, grauvaques e siltitos. Os siltitos têm uma coloração cinzento-escura a negro, laminados, e apresentam uma composição mineralógica variada.
Há muitos milhões de anos, toda esta região ficava mais perto da linha do Equador do que está hoje. As temperaturas do mar e da superfície eram superiores às atuais e no que hoje chamamos Carrapateira existiria uma zona costeira tropical, com um recife de coral adjacente. Uma vez que a Terra é um tecido vivo, em constante mutação, muito mudou deste então. Graças às rochas e aos fósseis sedimentados nas rochas, o Homem pode entender a sua própria história, de onde veio e para onde vai.
Última atualização: 20-07-2025
Localização (Lat., Lon.): 37.186224, -8.910926